Encontros dos Bardinhos
Culturas e Dissídios
Nono encontro: 16 e 17 de Fevereiro de 2019
Organização de Joëlle Ghazarian
Local: Quinta dos Bardinhos, entre
Portalegre e Castelo de Vide
Contactos: 245 203 555 ou 967 971 609
Como chegar
Vindo
de Portalegre, seguir em direcção de Castelo de Vide. Atravessar a aldeia de Vargem,
continuar mais uns 2 km, ao longo de uma recta, até ao Café Fonte do Sapo,
situado à direita (toldo branco exterior). Logo a seguir, cortar à esquerda,
seguindo a direcção de Fortios. Um quilómetro e meio
depois, é a primeira casa à direita, ao fundo do terreno. A meio, dorme uma
caravana velha, branca, sob um carvalho. Abrir o portão verde enferrujado, com
duas discretas iniciais cabalísticas, AD,
que significam, traduzidas, «amanhã dormimos».
Vindo do lado de Castelo de Vide, tomar
a direcção de Portalegre. Uns 10 km após o cruzamento que indica o rumo de
Portalegre, cortar à direita, no primeiro aglomerado de casas, junto a um
painel de correio, seguindo o rumo de Fortios. Um quilómetro e meio
depois, é a primeira casa à direita, ao fundo do terreno. Idem.
sábado 16
15h00 - Gestão democrática do colapso
no
capitalismo terminal?
Por Corsino Vela

l Corsino Vela. De família operária,
fez estudos universitários e exerceu empregos na indústria e em diversos
trabalhos ocasionais. Durante os seus últimos vinte anos de vida laboral foi
redactor independente para revistas técnicas. A sua implicação na actividade
política, desde o início da década de 1970, esteve sempre vinculada a
organizações de base de trabalhadores, bem como a colectivos do âmbito
libertário, sem ter pertencido a qualquer partido ou sindicato. É autor de La sociedad implosiva (Muturreko, 2015)
e de Capitalismo terminal
(Traficantes de sueños, Madrid, 2018). Do primeiro livro foram traduzidos e
publicados excertos na revista Flauta de
Luz, nº 4, do segundo será traduzido o último capítulo na mesma revista.
18h00 – Interlúdio surpresa
19h00 – Jantar partilhado
21h30 – O Grupo Surrealista de Madrid
e as suas actividades multiformes
Por Eugenio Castro e Jose Manuel Rojo,
com apresentação de António Cândido Franco
O Grupo Surrealista de Madrid pretende manter viva uma linha de pensamento, acção,
experimentação e luta iniciada em Paris no início do século XX. Inspirando-se
nessa linha, intervém na realidade actual com o propósito de minar os pilares
que sustêm esta realidade: os do capitalismo industrial, estendidos a toda a
actividade e inactividade humana – que resistem a caucioná-lo e a contribuir
para o seu desenvolvimento.
l Eugenio Castro é membro do
movimento surrealista desde 1979. Foi co-fundador do Grupo Surrealista de
Madrid, em 1986, quando teve início a revista Salamandra, e também da editorial deste grupo, Ediciones de la
Torre Magnética, em 1995, bem como de ¿Que
hay de nuevo?, jornal surrealista de contra-informação (Madrid, 1993-1998)
e de El Rapto – Observatorio del
sonambulismo contemporáneo (Madrid, 2007-2012). É membro do Ateneo
Cooperativo Autogestionado Nosaltres,
de Madrid. Traduziu, nomeadamente, Benjamin Péret, Joyce Mansour, Guillaume
Apollinaire, Ernesto Sampaio, António José Forte. É autor de livros de poesia
escrita, de ensaio e de collages. Tem
participado na coordenação de livros colectivos e colabora nas publicações de
alguns dos grupos surrealistas de diversas partes do mundo: S.U.R.R. (Paris), Analogon (Praga), Stora
Saltet (Estocolmo), Farfoulas
(Atenas), Brumes Blondes
(Amesterdão), Boletim Surrealista
Internacional (Estocolmo e Paris) ou no projecto do Grupo Surrealista de
Leeds, Surrealists Go to the Cinema.
l Jose Manuel Rojo – Crítico crónico, psicogeógrafo negro,
materialista poético. É membro do Grupo
Surrealista de Madrid desde 1987, colaborando em todos os seus projectos e
publicações. Apaixonado pela utopia, pela poesia-por-outros-meios e pelo
maravilhoso, os seus textos e ensaios abordam a crítica da economia, da
sociedade industrial e do espectáculo, prestando especial atenção à devastação
que exercem sobre o inconsciente e o imaginário, bem como à capacidade de
resistência e reinvenção destes últimos. Tem colaborado com editoras e revistas
afins, tais como Traficantes de sueños, Pepitas de Calabaza, La Felguera,
Enclave de Libros, Amano, Engranajes, Artefacto ou Caravansai.
Quanto à sua sobrevivência civil, é professor de História no ensino secundário,
prostituição tão vergonhosa e ridícula como qualquer outra, que desempenha sem
qualquer ilusão e com os remorsos estritamente necessários. Quanto ao resto,
dedicou a sua existência à liquidação social e ao triunfo da vida verdadeira,
mas ignora se chegará a presenciar a Grande Tarde e se, nesse caso, estaria à
altura das circunstâncias.
domingo 17
12h00 – Da habitação em Portugal
Por Maria João Berhan
A associação Habita lida
com inúmeros problemas relacionados com a habitação, desde a precariedade
absoluta, sem quaisquer apoios, à escassez e degradação da habitação social
(sabendo-se que há cerca de dois milhões de pobres e apenas 120 mil fogos de
habitação social, é fácil ver que nem metade dos pobres conseguirão ser
alojados desse modo), passando pelo racismo que atinge as comunidades ciganas obrigadas
a um nomadismo forçado ou as comunidades de negros expulsos para as
ultraperiferias quando as peri-ferias se tornam mais apetecíveis.
l Maria João Berhan, activista pelo direito à habitação,
é membro da associação Habita, em
Lisboa. Passou por várias actividades profissionais, de enfermeira de saúde pública
a arquitecta, incluindo investigação em saúde. É mãe de um jovem de 30 anos e
filha de uma senhora de 85 primaveras.
13h30 – Almoço partilhado
15h30 – A revista de cultura
libertária A Ideia
Por António Cândido Franco
Apresentação do mais recente número d’A
Ideia (Outono de 2018, 320 páginas) pelo seu director e editor. No vasto
sumário deste número, A Ideia
continua a prestar uma grande atenção ao surrealismo, sendo de destacar aqui a
extensa (e primeira) entrevista que uma publicação portuguesa faz ao Grupo Surrealista
de Madrid, pois se trata de «um dos grupos surrealistas mundiais mais
criativos» e «não se percebe como estando aqui tão perto pouco ou nada dele se
sabe». A revista continua também a dedicar grande espaço à figura e à obra de
Agostinho da Silva, incluindo, em suplemento, a tradução inédita de Eutífrone, de Platão, pelo insubmisso
mestre. Uma outra parte notável deste número é dedicada às repercussões da
grande sublevação de Maio de 68 – continuando muitos outros assuntos a fazer
desta revista um celebrado ponto de encontro. Capa: pintura de Cruzeiro Seixas.
l António Cândido Franco,
assíduo participante nos Encontros dos Bardinhos, é escritor e investigador,
dedicando uma boa parte do seu labor às relações do surrealismo com as ideias libertárias.
Las indicaciones para llegar son una mierda. siguiendolas al milímetro y atento al cuentakilometros, no conducen a ningún lado. Tiempo perdido. Una lastima.
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