ENCONTROS DOS
BARDINHOS
Culturas e dissídios
Oitavo encontro: 10 e 11 de Novembro de 2018
organização de Joëlle Ghazarian
Local: Quinta dos Bardinhos, entre Portalegre e Castelo de Vide
Contactos: 245 203 555 ou 967 971 609
Como chegar
Vindo de Portalegre, seguir em direcção de Castelo de Vide. Atravessar a
aldeia de Vargem,
continuar mais uns 2 km, ao longo de uma recta, até ao Café Fonte do Sapo,
situado à direita (toldo branco exterior). Logo a seguir, cortar à esquerda,
seguindo a direcção de Fortios. Um quilómetro e meio
depois, é a primeira casa à direita, ao fundo do terreno. A meio, dorme uma
caravana velha, branca, à sombra de um frondoso carvalho. Abrir o portão verde
enferrujado, com duas discretas iniciais cabalísticas, AD, que significam, traduzidas, «amanhã dormimos».
Vindo do lado de Castelo de Vide, tomar a direcção de Portalegre. Uns 10 km
após o cruzamento que indica o rumo de Portalegre, cortar à direita, no
primeiro aglomerado de casas, junto a um painel de correio, seguindo o rumo de Fortios.
Um quilómetro e meio depois, é a a primeira casa à direita, ao fundo do
terreno. Idem.
Sábado 10
15h00 – No ciclo
de debates «200 anos de resistência à sociedade industrial»: Civilização, tecnologia e barbárie,
sobre uma colectânea de ensaios de David Watson, por Júlio Henriques
17h30 – Presença
da poesia luso-árabe, por José Pais de Carvalho
19h00 – Jantar
21h00 – A mulher
na poesia de Juan Eduardo Cirlot, por Luísa Falcão Murta
Domingo 11
11h30 – Oficina de
Dança Movimento Terapia, por Diana Mota, seguida de uma partilha teórica e
debate
13h00 – Almoço
15h00 – Uma
apresentação da medicina chinesa, por José Pais de Carvalho
¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤
Diana Mota é licenciada em
Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Estudou línguas e
é tradutora desde 1998. Começou a praticar dança contemporânea em 2001 e desde
então tem acumulado experiências nesta actividade, tanto de ensino como de criação.
Tem trabalhado em projectos de intervenção comunitária, em vários países e em
contextos diversos, neles empregando linguagens criativas, em especial teatro e
dança. Cursou «Dança na Comunidade» no Fórum Dança (Lisboa, 2007). É Mestre em
Drama e Dança Terapia pela Royal Central School of Speech and Drama, da
Universidade de Londres. Exerceu prática clínica, como psicoterapeuta pela
arte, em diversas instituições de Londres (escolas, residências de idosos,
hospitais psiquiátricos). Desde 2011 facilita sessões de dança livre e de DJ,
designadamente através de Dança Movimento Terapia com população sénior. Viveu
em Lisboa, Madrid, Londres, Bristol e Odemira. Vive perto de Marvão desde 2015.
l A sua oficina de
dança-terapia, para a qual não é requerida qualquer experiência prévia,
consistirá numa introdução exploratória a esta disciplina, através da percepção
do corpo, do movimento espontâneo e de formas não verbais de comunicação.
José Pais de Carvalho nasceu em Elvas em 1959, estudou na
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa de Lisboa e especializou-se em
Psicologia Transpessoal na Escuela de Desarrollo Transpersonal de Madrid. Foi
percursor das aulas de Chi Kong para a terceira idade, trabalhando num
projecto-piloto com o Centro São Vicente de Paula, na Serafina (Lisboa) e com a
Junta de Freguesia da Serafina (Amadora). Publicou na Argentina, em 2015, o
livro La Voz Interior, editado também
em Portugal (A Voz Interior, Edições
Colibri, Lisboa, 2016); este livro sairá em 2019 em São Paulo, no Brasil, e em
Espanha. Tem dois outos livros prestes a serem editados, o romance O Caixeiro-Viajante e um livro de
contos.
Coordena os
cadernos de poesia Terceira Margem,
com Manuel Neto dos Santos, que integra poetas espanhóis. É um dos
organizadores da tertúlia literária «Meninos da Avó», em Sintra, a segunda mais
antiga tertúlia existente em Portugal. Colabora nas revistas A Ideia, Selene - Culturas de Sintra, Letras
Salvajes (das Caraíbas) e numa outra da Argentina.
Luísa Falcão Murta é docente no
Instituto Politécnico de Portalegre. Doutoranda em Literatura na Universidade
de Évora e Mestre em Estudos Ibéricos pela mesma Universidade, é licenciada em
Línguas e Literaturas Modernas (Variante Francês/Inglês) pela Universidade
Clássica de Lisboa. É colaboradora do Centro Interdisciplinar de Investigação e
Inovação do Instituto Politécnico de Portalegre e do CEL - Centro de
Investigação em Linguística e Literatura da Universidade de Évora. Nos últimos
anos tem desenvolvido os seus trabalhos em torno das questões relacionadas com
o estudo da Literatura Espanhola Contemporânea. Os seus actuais interesses de
investigação situam-se nas áreas das Literaturas de Vanguarda do século XX, com
especial incidência na Teoria da Literatura.
A Guerra Civil levou-o a interromper os estudos de música,
e a partir de 1940 entrou em contacto com o surrealismo, travando amizade com
André Breton. Fez parte do grupo vanguardista catalão «Dau al Set» (A Sétima
Face do Dado), de influência surrealista, criado em 1948. Além de poeta, Cirlot
levou a cabo uma intensa actividade de músico, ensaísta e crítico. Estão
publicados em português, em Portugal e no Brasil, o seu influente Dicionário de
Símbolos, e, no Brasil, Gaudí. Uma
Introdução à sua arquitetura. «A poesia
de Juan Eduardo Cirlot é um fenómeno excepcional no panorama da poesia do
século XX e o seu nome encontra-se incluído na antologia da poesia surrealista
espanhola. Embora a sua poesia tenha muito em comum com o surrealismo, muitos
são também os aspectos divergentes.» (Luísa Falcão Murta, na revista A
Phala)
Júlio Henriques. Tradutor e editor, escritor
ocasional.
ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª
NOTA SOBRE O ENCONTRO ANTERIOR
(de 16 e 17 de
Junho de 2018)
Fotos de Luís
Vintém
O encontro
anterior, o sétimo, número mágico, contou com a vívida participação de uma
figura pantagruélica, o grande José Galamba, que fez questão de nos trazer um
ensopado de borrego de sua lavra. A presença doce e magnética do poeta e
ensaísta chileno Jesús Sepúlveda, de passagem por Portugal, a propósito da
edição portuguesa do seu manifesto verde O
Jardim das Peculiaridades, permitiu-nos ouvi-lo interpretar alguns dos seus
empolgantes poemas e conhecer melhor a sua obra.
Jorge Leandro
Rosa, vindo do Porto, trouxe-nos uma estimulante leitura de Ivan Illich sobre a
pobreza modernizada – palestra incluída no ciclo de debates «200 anos de
resistência à sociedade industrial» ‒, a propósito da publicação recente de Para uma História das Necessidades, que
co-traduziu e prefaciou.
António Cândido
Franco apresentou o seu mais recente livro, Luiz
Pacheco Essencial, mostrando-nos aspectos a descobrir da singular
personalidade humana e literária do escritor maldito na sociedade portuguesa,
«o maior continente submerso da literatura portuguesa».
O actor Nuno
Pinto, vindo também do Porto, trouxe-nos a sua mais recente criação a solo, «Best(a) off Tour». Poesia sonora em que
é dado à voz um total protagonismo, que está para além do vocábulo, e em que o
corpo, assim sonorizado, passa a ter uma presença hipnoticamente deslumbrante e
revoltada.
José Vicente e
Luís Vintém apresentaram-nos a Agência Calipo, de que são membros, explanando
ideias sobre o papel da fotografia no mundo presente e de que modo esta pode
intervir não apenas como imagem inocente.
Diana Silva presenteou-nos
com um conjunto de trabalhos originais de joalharia, que distribuiu pelos
presentes para que pudéssemos, não apenas vê-los, mas tocá-los e usá-los. Estes
«objectos vivos», realizados a partir de diversas matérias, ligam entre si a
morte e a sexualidade para além das nossas fronteiras ocidentais.
Júlio Henriques
apresentou o nº 5 da revista Flauta de
Luz, dando grande destaque à experiência em curso na ZAD (Zona a Defender)
de Notre Dame des Landes, perto de Nantes, e passando a palavra a Ana Cardoso
Pires sobre a experiência de luta contra a implantação de uma mina de ouro
perto da aldeia da Boa Fé (Évora).
Carlos Prata,
vindo de Lisboa, respondeu espontaneamente ao nosso pedido inesperado de nos
falar da situação, que conhece muito bem, dos movimentos sociais em Portugal na
última década. As informações e a análise que nos trouxe mostraram-nos uma
vitalidade (tanto sua como do tema) que está, por sistema, fora do alvo dos
média e que interessou vivamente todos os presentes.
J.G.
Sem comentários:
Enviar um comentário