PRÓXIMO ENCONTRO: 18 E 19 DE FEVEREIRO DE 2017 — VER ABAIXO.

O encontro de 12 de Dezembro de 2016, um sábado, foi singelo e muito bem-disposto. A abordagem dos sentidos das máscaras humanas não foi propriamente conceptual, foi sobretudo lúdico e peripatético. A participação do fotógrafo Luís Vintém foi obviamente essencial, visto tratar-se da captação de figuras (da alteridade) em movimento ou fixas. Revelou-se preponderante a tendência para a maquilhagem de tipo ocidental, muito diferente dos múltiplos e complexos simbolismos que a pintura corporal (e não só facial) apresenta em culturas extraeuropeias, em particular nas geograficamente mais próximas de nós, as africanas.

Foram activas actrizes três jovens amigas, estudantes residentes em Portalegre: Egidinha Cravid (agora também chamada Valentina, mulher valente), oriunda da distante ilha do Príncipe (São Tomé e Príncipe), Cláudia Djalo, do Barreiro e com raízes na Guiné-Bissau, e Laura Cabral, dos Açores. A bela e divertida cumplicidade destas três jovens, o seu empenho e espontaneidade levaram-nos a não dar pela passagem do tempo. Quando reparámos, já era noite.

O posterior visionamento da hilariante longa-metragem de Jean Rouch, Cocorico Monsieur Poulet (França-Níger, 1977), filme legendado em português, levou-nos para uma outra dimensão, mais analítica apesar da comicidade desta narrativa, tentando apreender algumas particularidades das culturas africanas quando comparadas com as europeias. Com efeito, este filme, que é uma picaresca viagem (ficcional) através do Níger, leva-nos a confrontar-nos com situações só aparentemente insólitas e, na verdade, reveladoras de modos de vida e de crenças existentes entre populações rurais nigerinas, sem dúvida as mais próximas das fontes culturais autóctones. — Joëlle

Fotos: Luís Vintém